Oficiais da PSP "só vieram quando já sabiam que podiam entrar"

O advogado Garcia Pereira afirmou hoje que os oficiais da Polícia de Segurança Pública (PSP) "só vieram [à RTP] quando já sabiam que podiam entrar" e defendeu uma investigação externa ao canal público de televisão.
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"As autoridades policiais procuram não dar um passo em falso e, portanto, só vieram cá [às instalações da RTP] quando já sabiam que podiam entrar. Quem é que sabia que vinham cá? Com quem é que combinaram?", interrogou Garcia Pereira.

Para o advogado, que falava num debate organizado hoje pela Comissão de Trabalhadores da RTP, isto é uma situação que "não pode ser investigada no interior da RTP, porque a administração não está tão fora disto como está a querer fazer parecer".

Sublinhando que "a tendência natural dos processos incómodos em Portugal é morrerem de morte natural" - arquivados - Garcia Pereira aconselhou os trabalhadores da RTP presentes no debate para que "divulguem as suas posições, sem medo".

O advogado participava no debate "Caso Brutosgate: perspetivas jurídicas e deontológicas", uma iniciativa promovida hoje pela Comissão de Trabalhadores da RTP.

No final de novembro, a administração da RTP emitiu um comunicado no qual afirma que os "responsáveis da direção de informação facultaram a elementos estranhos à empresa" imagens dos incidentes ocorridos a 14 de novembro, dia da greve geral, em frente ao parlamento e adianta que foi aberto um inquérito. Na sequência desta polémica, o diretor de informação da RTP, Nuno Santos, anunciou a sua demissão do cargo, rejeitando essa acusação.

Num esclarecimento divulgado após notícias sobre a alegada cedência pela RTP de imagens da manifestação do passado dia 14, a PSP refere que "não possui, nem nunca teve na sua posse, quaisquer imagens dos operadores televisivos que não sejam as emitidas pelos diversos canais dessas televisões".

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